Crédito da foto: @j_de_junior
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Integrante do nosso roteiro cultural, a pesca artesanal de arrasto é um patrimônio imaterial catarinense segundo a lei estadual 15.922 | 2012. Além de referência cultural, também é uma importante fonte econômica e atrai muita atenção de moradores e visitantes, principalmente na temporada de pesca da tainha, responsável pela captura de toneladas de peixes nos dias mais frios do ano. Mas em 2020, esta que é uma secular tradição, recebeu novos elementos. A temporada de pesca da tainha passou a ser realizada com diversas medidas de combate ao Coronavírus (Covid-19) e os pescadores artesanais precisaram adotar novos protocolos indicados pelos órgãos de saúde e de acordo com o decreto do Governo do Estado de Santa Catarina.
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Entre as principais medidas está o distanciamento social e a redução no número de pescadores em um mesmo arrasto. Todos que estejam envolvidos com a pesca artesanal devem usar máscara, desde os que estão no barco até os que permanecem na areia, auxiliando ou observando a prática. Ainda segundo o decreto, todos devem utilizar álcool em gel para higienizar as mãos de maneira constante além de ampliar a limpeza cotidiana dos barracões, mesas e utensílios utilizados para limpeza e corte do pescado. A temporada de captura da tainha de forma artesanal teve início em maio de 2020 e pode ser realizada até 31 de dezembro.
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A pesca artesanal muito se difere da industrial, que contempla cerco e traineira ou de emalhe. Considerado a mais tradicional das práticas, o arrasto conta com embarcações não motorizadas e geram aquelas impressionantes imagens das redes lotando a areia das praias com toneladas de peixes. No arrastão, cada pescador tem uma função que pode ser remeiro, vigia (responsável por observar os cardumes, condição do mar e meteorológica), patrão (responsável pela equipe e pela embarcação) ou chumbereiro (que tem a função de lançar a rede ao mar).
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Tradição secular que passa por gerações, a pesca artesanal de arrasto é originária dos indígenas, que realizam a atividade com bateiras e remo. A prática se propagou entre as famílias com a influência dos açorianos, colonizadores do litoral centro-norte catarinense.
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